quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Inclusão de Surdos



 

Conforme a Declaração de Salamanca de 1994 deixa claro, através da política de inclusão, a legislação brasileira posiciona-se pelo atendimento das pessoas com necessidades educacionais especiais no âmbito escolar preferencialmente em classes comuns das escolas, em todos os níveis, etapas e modalidades de educação e ensino, preparando os mesmos para a inserção no mercado de trabalho. A educação, juntamente com o Estado tem hoje um grande desafio: a educação de qualidade, garantindo o acesso aos conteúdos básicos a todos. Ao pensar nesta política inclusiva, deve-se ter com clareza que as instituições e sociedades precisam estar preparadas estruturalmente (com profissionais capacitados, adequação física, materiais didáticos, e outros. Portanto, há uma constante busca por uma educação que ressalte a diferença surda, marcando assim a sua identidade. Porém, o Estado como regulador das práticas educativas, sempre criou conjunto de regras para a escola no sentido de que fosse garantida a educação dos surdos de acordo com o pensamento vigente. E a formação dos professores de surdos, acaba por acompanhar esse processo, pois, o mesmo deve ser o agente da norma mais importante nesse processo discursivo vigente. A busca pela forma política e cultural de representação dos surdos sempre foi intensa e é parte dos movimentos sociais das pessoas surdas. Conforme a Coordenadoria Regional de Educação, das trinta e seis (36) escolas públicas regulares da rede estadual da cidade, quatorze (14) possuíam alunos com deficiência matriculados, representando um percentual de 38,8%.Das onze (11) escolas participantes, obteve-se um total de nove mil duzentos e vinte e cinco (9225) alunos matriculados, sendo cento e trinta e dois (132) com deficiência, representando 1,43% do total.     Do total de cento e trinta e dois (132) alunos com deficiência matriculados nas escolas, 35,6% estavam na Classe Especial, 31,79% estavam inseridos nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, 16,67% nas Séries Finais do Ensino Fundamental, 9,84% no Ensino Médio, 1,51% no EJA e 1,51% na Educação Infantil.Em relação à atuação do intérprete em sala de aula, se verifica que ele assume uma série de funções (ensinar língua de sinais, atender a demandas pessoais do aluno, cuidados com aparelho auditivo, atuar frente ao comportamento do aluno, estabelecer uma posição adequada em sala de aula, atuar como educador frente a dificuldades de aprendizagem do aluno) que o aproximam muito de um educador. Sendo assim, ele deve integrar a equipe educacional da escola que atua, exigindo também muita dedicação e empenho. Para que a  do intérprete de Libras consiga esse objetivo  se faz necessário de conhecermos melhor se essa presença favorece o desenvolvimento do surdo e quais as exigências que estão sendo feitas para a efetividade de sua ação interpretativa. Portanto, o ato de interpretar a língua de sinais para a língua portuguesa é um processo cognitivo pelo qual se trocam mensagens de uma língua sinalizada para a oral. Ao mesmo tempo, representa uma tomada de decisões sintáticas, semânticas e pragmáticas em duas línguas que impõem sempre novas interpretações. Portanto, o intérprete não deve ser apenas um explicador, mas um profissional que tenha a competência, na interpretação da língua de sinais para a língua portuguesa e vice-versa. E conseqüentemente interpretar qualquer conteúdo, até mesmo o de Física, porque não? Mas, para isso é necessário um planejamento feito junto com o professor da matéria dada na sala, precisa ter um elo para que este tenha significado para o aluno que depende da linguagem de sinais, o qual terá que ver junto com o professor da matéria dada, qual o melhor método para que o mesmo entenda o mesmo. Acredito que os professores da matéria junto com o intérprete de libras devem estar sempre trabalhando em parceria para que a educação inclusiva, para estes alunos que dependem da linguagem de sinais, seja realmente significativo o seu aprendizado. Será que estamos realmente preparados para esse desafio? Acreditamos que são importantes as dinâmicas da sala de aula, o papel do intérprete nesse contexto, assim como a apresentação de uma proposta de educação de surdos/as numa perspectiva intercultural, como uma possibilidade de superar alguns desafios e realmente proporcionar uma educação igualitária, onde todos aprendem de maneira diferenciada e em tempos diferentes.




Proposta
A inclusão de alunos com necessidades especiais em escolas regulares, não vejo como utopia, pode ser real se propormos um processo de uma aprendizagem cooperativa, que respeita as diferenças e respectivamente os diferentes estilos de aprender, abrindo novos horizontes para os mesmos, ou seja, novas possibilidades para se alcançar a aprendizagem real dos alunos surdos, reconhecer os diferentes ritmos, tempos, interesses, desejo e anseios desses alunos, as concepções de mundo. Portanto, quando falamos de uma pedagogia inclusiva ,não estamos falando de corrigir o sujeito, mas a manifestação de suas habilidades e competências, seu potencial, contemplando as necessidades de todos os alunos. Um tipo de aprendizado novo na vida do aluno e deve ser acompanhado e sistematizado Pra isso é necessário um planejamento com o professor da matéria e também o intérprete, propiciando o real desenvolvimento deste aluno, possibilitando um verdadeiro aprendizado e conseqüentemente o acesso à cultura
Segundo a intérprete de libras, o envolvimento com a comunidade surda é fundamental. “Somente convivendo com a realidade e com o universo do surdo, a pessoa consegue se aprimorar na linguagem de sinais” comenta. Aprender libras é como aprender outro idioma, pois existe toda uma estrutura de linguagem que a form. E também, a interação com os mesmos, exige muita dedicação e empenho. Acredito que o aluno surdo possa se beneficiar da inclusão em Escola regular se faz necessário a formação de professores e funcionários, adaptação metodológica, curriculares, material pedagógico, ensino de língua de sinais para a família e outros (Kelman, 2005). O intérprete é o mediador de relação entre o aluno surdo e ouvintes que atua na sala. A mesma fala, que são os alunos que escolhem o lugar onde querem sentar, desde que seja de frente para elas, para facilitar o trabalho e também para que a intérprete de libras possa identificar se algum deles está desatento ou não está entendendo algo. Para isso acontecer se faz necessário primeiro o envolvimento e compromisso de todos, formação de professores com competência em Língua de Sinais, de intérpretes de língua de sinais, e outros; construção de uma metodologia para o ensino da segunda língua: Libras, que considere as interferências da mesma, ou seja, da língua de sinais na escrita da língua oral e o papel da interlíngua produzida pelos surdos no processo ensino – aprendizagem dessa segunda língua após a aquisição da primeira língua. Uma proposta pedagógica real de uma Educação capaz de favorecer a construção de um projeto comum, o qual as diferenças sejam dialeticamente integradas e respeitadas


Alcibere Valentim de Oliveira
Universidade Federal do Espírito santo
Centro de Ciências Exatas
Colegiado de Física


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